quarta-feira, 7 de junho de 2017

Guia compreensivo para o estudante: 10º ano, Ensino Regular - Aula α

Introdução

 Chegaste ao 10º ano e, independentemente do que escolhas, tens sempre à tua frente uma estátua: a Filosofia. Agora, será um Adamastor? Ou será uma bela estátua do melhor mármore? Tudo depende do ponto de vista que tens sobre a disciplina!
 A Filosofia não é nenhum Adamastor, pelo contrário, é uma belíssima disciplina, diferente de todas as outras, pois incentiva o pensamento livre.
 Mas nem tudo são rosas, pois continuas restrito por testes e por horas de estudo. Por isto mesmo criei esta série de artigos, que te vai introduzir os temas tratados em Filosofia do 10º ano (Ensino Regular), e que, espero eu, te incentive a ter uma boa imagem mental da Filosofia, enquanto te ajude a perceber a matéria (e a ganhar pontos extra com o teu professor!). Vamos começar?

O que é a Filosofia?

 A Filosofia tem origem na Grécia Clássica (que é de onde vem o seu nome, em Grego: φιλοσοφία). A Filosofia é o "pensamento sobre o pensamento", é, no seu fundamento, "a busca do conhecimento sem outro fim". Como é claro,  a Filosofia dividiu-se em variadas questões. Mas em que questões?

Quais são as questões que a Filosofia trata?

 Ao longo do tempo, foram surgindo mais questões para a Filosofia tratar (e.g. a popularização da Filosofia da Existência por Sartre). Reúno-as aqui num quadro para fácil acesso.

 Como podemos ver no quadro, existem disciplinas filosóficas com problemas que se sobrepõem, como por exemplo a Metafísica e a Filosofia da Religião, com o problema da existência de Deus. Porém, apesar de terem o mesmo problema nas mãos, é importante reforçar que a abordagem que cada disciplina (e obviamente, cada autor) faz é diferente.

Pré e pós-socráticos (extra)

Tales de Mileto
Existem vários "períodos" na Filosofia, com variados filósofos de interesse inseridos neles, mas ao nível da Grécia Antiga são de interesse os Pré-Socráticos e os Pós-Socráticos. 
 Como o nome sugere, os Pré-Socráticos são todos os filósofos que precederam Sócrates. Um exemplo é Tales de Mileto, que considerava a água como sendo a origem de tudo o que era coisa.
 Os Pós-Socráticos são todos os filósofos que vieram depois de Sócrates. Mas afinal, porque é Sócrates visto como tendo tanta importância no mundo da Filosofia?
Sócrates
 Sócrates criou um método de discurso para demonstrar que os seus adversários, muitas vezes sofistas(1), estavam errados, e a forçá-los a admitir os seus erros. Por isto, Sócrates considerava-se um "moscardo", que andava por Atenas a "zumbir", começando ou reagindo a argumentos, e vencendo as discussões, utilizando o seu método. Sócrates é considerado por muitos, o pai da filosofia.

Argumentação

 Os argumentos são utilizados como meio para convencer o outro a aceitar determinada tese. Por exemplo, se a minha tese é que devemos ser vegetarianos, posso utilizar os argumentos de que os animais sofrem tal como nós, e que temos o dever de lhes oferecer a melhor vida possível.
 Um argumento é constituído por várias premissas e uma conclusão, sendo por isso largamente regido pela disciplina filosófica da Lógica. É esta disciplina e os seus ensinamentos que declaram se um argumento é válido ou inválido.
 Porém, um argumento nasce das bases do nosso discurso do dia-a-dia, que são os raciocínios, os juízos e os conceitos.
 Os argumentos são constituídos por proposições, e estas, por sua vez, são meramente relações entre termos. Mas o que faz de algo uma proposição?

Proposições

 Uma proposição é algo que é expresso através de uma frase declarativa, e que possui valor de verdade (ou seja, pode ser classificada como verdadeira ou falsa) (e.g. "Sócrates era um homem chato").
 Deste modo, frases imperativas (e.g. "Vai-te embora Sócrates!) e questões (e.g. "O chato do Sócrates já se foi embora?") não são proposições.
 Existem ainda proposições condicionais, sobre as quais assentam várias teses.
 Um exemplo de uma proposição condicional é: "Se o Sócrates aparecer, então não vou comparecer.".
 Repara que esta proposição é formada por duas outras proposições: "O Sócrates aparece." e "Não vou comparecer.".
 Substituindo estas proposições por letras gregas temos:
  •  Se α, então β.
 Ora, temos aqui duas condições.
 α é a condição suficiente, pois basta que Sócrates apareça para eu não comparecer.
 β é a condição necessária, pois indica-nos que tem que ser verdade que eu não tenha comparecido para Sócrates ter aparecido.

Por último, temos as Proposições universais, particulares, afirmativas e negativas, que estudaremos através do seguinte quadro:
 Do lado esquerdo do quadro observam-se as proposições afirmativas, e no lado direito as negativas. Em cima observam-se as universais e em baixo as particulares. (Ignora as letras e as informações do lado de fora do quadro. Trata-se de terminologia do 11° ano.).

Exercícios

1 - Indica quais das seguintes frases são proposições.
A- Vem aqui!
B- A Raquel tem um casaco muito bonito.
C- Nietzsche era passado da cabeça.
D- Estará Sócrates a argumentar agora?

2- Corresponde os números às letras gregas.
1- Universal afirmativa
2- Universal negativa
3- Particular afirmativa
4- Particular negativa

α- Alguns pássaros não cantam.
β- Todo o Homem é livre.
γ- Nenhum homem é mágico.
δ- Algumas vacas estão a comer.

3- Qual é o nome da Filosofia da Ciência?

Resolução

1)
B e C

2)
1 - β
2 - γ
3 - δ
4 - α

3- Epistemologia

Notas

(1) - Este termo será explicado no 11º ano.

Bibliografia

http://www.philosophybasics.com/general_whatis.html
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c6/Illustrerad_Verldshistoria_band_I_Ill_107.jpg/800px-Illustrerad_Verldshistoria_band_I_Ill_107.jpg

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