I
O CÍRCULO CARTESIANO
- Critica feita por Antoine Arnauld, um contemporâneo de Descartes.
- A crítica consiste numa avaliação à certeza das verdades “supostamente” atingidas por Descartes.
- Descartes, para ter a certeza que as ideias são verdadeiras, claras e distintas, usa a existência de Deus como uma “garantia da verdade”, mas simultaneamente tenta justificar a existência de Deus com o uso da clareza e distinção das suas próprias premissas.
- Descartes é frequentemente acusado de cometer uma falácia - a falácia da petição de princípio.
- Com esta crítica todo o projeto de Descartes cai por terra, pois invalidando a existência de Deus, invalida-se a garantia metafísica em si mesma: do Ser e do Conhecer. Nada é certo distinto e claro, portanto ainda fica de pé a hipótese do génio maligno.
II
CRÍTICA DE KANT AO ARGUMENTO ONTOLÓGICO
O 'erro' da prova a priori da existência de Deus ( que retoma o argumento ontológico primeiramente apresentado por Santo Anselmo) prende-se com o seguinte: toma a existência como predicado; ora, a existência não é predicado.
A existência não é uma propriedade é uma mera condição para que existam outras propriedades. Kant disse que a existência não é um predicado ou seja quando apelamos a existência de algo não lhe estamos a atribuir nenhuma qualidade concreta.
Desta forma, não há qualquer contradição em pensar o ser 'perfeito' (Deus) como não existente. Descartes dá um 'passo' ilegítimo ao passar, com este argumento, diretamente da ordem do pensar para a ordem do ser, ou seja, do domínio da lógica para a ontologia.
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