Os direitos das mulheres: Antes do Século XXI
Começando pela Grécia no século V antes de Cristo, a mulher nem era vista como cidadã (tal como as crianças e os estrangeiros). Tratada abaixo de cão, estas individuas tinham como papel principal assegurar a próxima geração dentro da família, tendo um papel secundário na sociedade. Basicamente, não podiam sair de casa sem permissão do marido e os criados que tomavam conta da casa deste tinham de ser castrados (do género do Carlos Castro, só que vivos e com uma cirurgia realizada com recurso a utensílios muito piores que um saca-rolhas) com medo que a esposa aparecesse com um descendente de origem diferente do que era suposto.
Até ao início do século XIX, a tendência da mulher ser vista apenas como uma incubadora neonatal portátil prosseguiu, agravando os casos de violência e desrespeito pela sua integridade física.
No fim do século XIX, iniciou-se o o movimento das "sufragistas" (não confundam com sofrimento ou surfistas), tendo como objetivo principal estabelecer direitos iguais de voto entre os homens e as mulheres.
A partir deste momento, o movimento para a proteção dos direitos das mulheres tornou-se um tópico político de grande relevo, sendo um dos objetivos do milénio da ONU.
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Objetivo do milénio nº3 da ONU. |
Os direitos das mulheres: Atualidade
É assim, apesar de termos verdadeiramente progredido na questão dos direitos Humanos, hoje, em pleno 2017, parece que queremos voltar atrás em relação aos avanços que fizemos enquanto sociedade.
Por exemplo, na semana passada, um eurodeputado (grunho) polaco de nome Janusz Korwin-Mikke, membro do partido libertário e eurocético Coligação pela Renovação da República - Liberdade e Esperança, proferiu em plena reunião do Parlamento Europeu o seguinte:
“É claro que as mulheres devem ganhar menos do que os homens, porque são mais fracas, são mais pequenas, são menos inteligentes. Elas devem ganhar menos. É tudo”
Ora bem, sabendo que estamos a falar de um eurodeputado de um partido pela Liberdade e Esperança, fez-me perder esta última ao tomar conhecimento que existem deputados com este nível de ignorância. Mas esta não é a sua primeira ofensa. Em 2014, durante uma sessão parlamentar também, usou linguagem racial para identificar comunidades que vivem na União Europeia, tendo sido avisado pelo então presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz em relação à sua postura.
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Um indivíduo mal-amado neste Dia da Mulher. |
Para além disso, o mundo árabe continua com as mesmas políticas familiares dos Gregos durante o século V antes de Cristo. Aliás, se se atrever a mostrar nem que seja um bocadinho de "chicha", é considerado uma ofensa para a lei islâmica gravíssima. Talvez não tão grave como quando o Cavaco hasteou a bandeira portuguesa ao contrário durante as comemorações do 5 de outubro, mas isso é outra história.
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#AguentaCamões |
Mas atenção! Nem tudo tem sido negativo para as mulheres nestes últimos tempos.
Como os/as nossos/as leitores/as se devem lembrar, no ano passado, o Bloco de Esquerda português propôs à Assembleia da República a mudança do nome do documento identificativo de cada cidadão/cidadã português de "Cartão de Cidadão" para "Cartão de Cidadania", uma vez que este “não respeita a identidade de género de mais de metade da população portuguesa”.
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É como tentar descobrir o sexo dos anjos. |
É por isto que, a partir deste momento, passei (quando me lembro) a designar qualquer grupo de indivíduos de uma de duas formas possíveis: a primeira opção é simplesmente discriminar ambos os géneros para evitar qualquer equívoco; a segunda opção será não discriminar de todo o género, e passar a utilizar uma linguagem anglo-saxónica não discriminativa. Isto tudo porque um bocado de plástico está a ser sexista para com metade da população portuguesa.
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Um indivíduo não poderá ser levado a sério quando discursa desta forma. |
Mas porquê ficar só pelo cartão? Não haverá outras situações que fira a suscetibilidade dos/as portugueses/as? E o Cartão de Eleitor? As mulheres são menos eleitoras que os homens?? E o uso do termo "Homem" como identificativo da espécie humana? Não deveria passar a ser "Pessoas"? Enfim, existe muito por onde pegar neste mundo ainda muito machista.
Despeço-me hoje, no fim do Dia da Mulher, esperando que o nosso público feminino tenha desfrutado desta data, e a citar Ferro Rodrigues:
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