Blog Juvenil de Filosofia, Política, Literatura e outros interesses construtivos ou nem tanto...
segunda-feira, 7 de novembro de 2022
segunda-feira, 31 de outubro de 2022
31 de outubro e o Génio Maligno do 11º A
Hoje fizemos um concurso de frases sobre a terrível ficção de Descartes, o Génio Maligno.
1º Prémio
Estamos todos a ver televisão, mas o Génio Maligno é que tem o comando !!
Menção Honrosa
segunda-feira, 10 de outubro de 2022
A Filosofia Racionalista de René Descartes genialmente apresentada pelo professor David Erlich
domingo, 2 de outubro de 2022
ASPETOS DO CONTEXTO DO PENSAMENTO FILOSÓFICO DE DESCARTES
« Esse mal do seu tempo (…) podemos exprimi-lo em duas palavras: incerteza e
confusão.» Koyré, Alexandre (1980). Considerações sobre Descartes. Ed. Presença, pág. 24
«O século XVI foi uma época de importância capital na história da humanidade, uma
época de enriquecimento prodigioso do pensamento e de transformação profunda da
atitude espiritual do homem; uma época possuída por uma verdadeira paixão da
descoberta: descoberta no espaço e descoberta no tempo; paixão pelo novo e paixão
pelo antigo. (…) Alargamento sem igual da imagem geográfica, científica do homem e
do mundo. Fervilhamento confuso e fecundo de ideias novas e de ideias renovadas.
Renascimento de um mundo esquecido e nascimento de um mundo novo. Mas também:
crítica, abalo, e enfim, dissolução e mesmo destruição e morte progressiva das antigas
crenças, das antigas conceções, das antigas verdades tradicionais que davam ao homem
a certeza do saber e a segurança da ação.» Koyré, Alexandre (1980). Considerações sobre Descartes. Ed. Presença, pág. 24-24
Sobretudo, nos séculos XV e XVI, quando emergiu na Europa o Renascimento Cultural, uma nova conceção de mundo ou de “cosmos” passou a surgir, associada a vários aspetos
- uma nova conceção do nosso mundo, a partir dos Descobrimentos marítimos: novos continentes, povos e costumes;
- uma nova conceção do cosmos (universo), com a decadência da ciência ptolomaica1 (geocentrismo) e a afirmação do heliocentrismo, a partir de Nicolau Copérnico2 .
O universo passa a ser encarado como algo que pode ser compreendido matematicamente e explicado. O papel de Galileu 3 na sistematização dessa conceção revolucionária foi decisivo, já que ele foi um dos primeiros a aperfeiçoar instrumentos técnicos, como o telescópio, para melhor observação dos fenómenos. Foi Galileu também que deu um novo rumo às pesquisas sobre o movimento, com a elaboração da lei da inércia, e recuperou as teses de Copérnico sobre a translação terrestre. A junção entre observação, experimentação e formulação de uma explicação teórica e matemática, constitui o alicerce da ciência moderna, que se forjou sob o signo da Revolução Científica do século XVII.
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1- Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90 – 168) que desenvolve a imagem geocêntrica do mundo,
já defendida por Aristóteles.
2- Nicolau Copérnico, astrónomo e matemático polaco (1473-1543) desenvolveu a teoria heliocêntrica que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente Teoria Geocêntrica (que considerava a Terra como o centro). É considerada como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia. A partir de Copérnico, a hipótese heliocêntrica foi defendida e desenvolvida por Galileu, Kepler, Descartes e Newton, dando origem à Física moderna.
3- Galileu Galilei, físico, matemático e filósofo florentino (Florença, Itália) (1564-1642)
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
A Definição : condições necessárias e condições suficientes
Uma condição necessária é apenas a condição introduzida pela consequente de uma proposição condicional; e uma condição suficiente é apenas a condição introduzida pela antecedente de uma proposição condicional.
Branquinho, J. & Murcho, D. org.
(2001). Enciclopédia dos Termos Lógico-Filosóficos. Gradiva. Lisboa.
P.151
Frequentemente fazemos a
pergunta: O que é X? Como em : O que é um mamífero? Ou O que é
um triângulo?
Quando fazemos estas
perguntas estamos a pedir uma definição. A definição de mamífero
ou a definição de triângulo, seguindo os nossos exemplos.
Uma resposta possível para
«o que é um mamífero?», ou seja, uma definição de mamífero, poderia ser: Um
mamífero é um animal vertebrado, de
sangue quente, cujas crias se alimentam do leite materno.
Não nos preocupa, agora,
verificar se esta é uma definição adequada ou não, pois queremos analisá-la,
apenas, do ponto de vista lógico.
Na realidade esta
definição está a mostrar-nos quais são as condições para que algo, possa
ser mamífero. Vejamos:
·
Se é mamífero, então (tem de ser) ANIMAL (1ª condição
necessária)
·
Se é mamífero, então (tem de ser) VERTEBRADO (2ª condição
necessária)
·
Se é mamífero, então (tem de ser) de SANGUE QUENTE (3ª condição
necessária)
·
Se é mamífero, então (tem de ser), enquanto cria, ALIMENTADO DE
LEITE MATERNO (4ª condição necessária).
Todas estas condições são necessárias,
pois têm de estar presentes no ‘mamífero’; sob o ponto de vista lógico, elas
constituem o consequente de uma proposição condicional cujo antecedente é ‘mamífero´
(o definido).
Queremos dizer, então, que estas condições
não podem estar ausentes: elas são necessárias. Mas elas não são suficientes
pois que nenhuma, só por si, chega para definir um ‘mamífero’.
Uma definição deve indicar-nos quais são as
condições necessárias e suficientes para que uma ‘coisa’ seja o que é: explicar-nos,
portanto, a essência da ‘coisa’.
Porém, o que distingue
condições necessárias de condições suficientes?
A condição suficiente é aquela que a ‘coisa’ não
partilha com outra classe de seres, portanto que, sendo necessária (pois não
pode estar ausente), a sua presença, só por si, define a ‘coisa’ – é própria
dela e de mais nenhuma outra.
Vejamos o modo como Aristóteles definiu o Homem:
O Homem é um animal
racional.
Se usarmos proposições
condicionais, teremos:
·
Se é Homem, então (tem de ser) ANIMAL (1ª condição necessária)
·
Se é Homem, então (tem de ser) RACIONAL (2ª condição
necessária)
Aristóteles mostra-nos
que, para definirmos Homem, é suficiente conjugarmos estas duas condições
necessárias.
Caso aceitemos que a
racionalidade é uma qualidade exclusiva dos seres humanos (o que pode ser
discutível) e não acreditemos, por exemplo, em seres angélicos ou extraterrestres
inteligentes, então ser RACIONAL é condição suficiente para ser Homem, pois que
a racionalidade não se aplica a mais nenhuma classe de seres.
Neste caso, e somente
neste caso, podemos definir o Homem como ser racional, mas também inverter o
consequente e o antecedente e afirmarmos:
·
Se Racional, então (tem de ser) HOMEM.
Esta seria, portanto, uma
propriedade lógica exclusiva das condições suficientes.
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
REATIVAÇÃO DO 'DOXA DEPRESSIVA'
O Grupo de docentes de Filosofia do Agrupamento de Escolas de Alcochete propõe-se, no começo deste ano letivo, a reativar o 'DOXA', criado em 2017 por um grupo de alunos (excelentes!), juntamente com a sua professora.
Vamos fazer deste blog um instrumento de apoio às aulas, fomentando a produção escrita, o pensamento autónomo e, também, a literacia digital!
A ideia é apresentar este projeto às turmas, levá-los a consultar regularmente o 'doxa' e a participarem, cada vez mais, com os seus 'posts'.
BOM ANO LETIVO DE 2022/23!