Nota inicial
Neste artigo pretendo estabelecer, de forma sucinta e simples, o nascimento da Nova Esquerda e os problemas inerentemente associados a este movimento. Tentarei também mostrar a minha perspetiva mais "ortodoxa", bem como alguns simples argumentos.
Espero que este artigo seja recebido de forma crítica, qualquer manifestação de ódio de um apoiante das políticas de identidade será uma pequena vitória. Mas, maior vitória será ainda a educação da população geral sobre o tema. Não pretendo ser um agent provocateur, mas sim um educador. Comecemos.
Nova Esquerda
O que é, afinal, a Nova Esquerda?
A Nova Esquerda é a denominação dada aos vários grupos que se auto-denominam esquerdistas, e que têm, no geral, como principal foco, a eliminação e purga de problemas sociais (e.g. racismo, sexismo, homofobia, transfobia). A Nova Esquerda surgiu na década de 60 e é amplamente conhecida pelo uso do ativismo social como meio para atingir a justiça social.
Por isto, a Nova Esquerda crê na existência de lutas múltiplas dentro da sociedade capitalista, conceito adotado de Michel Foucault.
Michel Foucault
Michel Foucault foi um filósofo pós-estruturalista que se focou na filosofia política.
Foucault chegou a ser membro do Partido Comunista Francês, mas saiu deste partido rapidamente, devido ao apoio incondicional que estes davam à União Soviética. Foucault via a União Soviética e o seu Estalinismo, como sendo a definição de comunismo, erradamente. Mais tarde na sua vida, Foucault radicalizou-se um pouco, tendo ajudado radicais de esquerda enquanto residia na Tunísia.
Ao longo da sua vida, as suas teorias não foram consistentes, mas a sua visão negativa da Esquerda Marxista manteve-se (apesar de Sartre ter tentado estabelecer um Partido Comunista verdadeiramente Marxista em França). Por isto, Foucault afastou-se da Esquerda Marxista, e, consequentemente, da Esquerda Radical.
As suas teorias incluíam conceções tais como o conceito de que o poder corrompe, que a evolução tecnológica e social não trouxe melhores condições de vida, especialmente em termos sexuais, etc.
Porém, a sua teoria que nos interessa no presente artigo é que existem múltiplas lutas para serem lutadas na sociedade capitalista atual.
Em que se distingue a Nova Esquerda da "Velha Esquerda"?
De uma forma muito geral, enquanto a "Velha Esquerda" se foca na economia, e nos seus efeitos diretos e indiretos na população, a Nova Esquerda foca-se diretamente em problemas sociais tais como, como já referido, o racismo e o sexismo. Existem vários grupos de Nova Esquerda que não têm como objetivo "mandar abaixo" a sociedade capitalista, algo impensável na "Velha Esquerda".
Opinião
A Nova Esquerda está destinada a falhar. A luta que eles enfrentam é demasiado difícil de conseguir executar corretamente na presente sociedade. Daqui surge o meu primeiro argumento: se derrubarmos primeiro o capitalismo, teremos muito melhores condições para eliminar todo o tipo de desvantagens.
Outra coisa que me apoquenta é o completo fechar de olhos ao trabalhador. A Nova Esquerda foca-se em "privilégios" que os homens, brancos, cis, heterossexuais, etc., têm. Porém, se um trabalhador a que se apliquem todos estes termos, trabalhar em condições absolutamente precárias, terá ele assim tantos privilégios? Porque é isto assim tão importante? Porque no capitalismo o ser humano não é, de facto, um ser humano. O sistema não se interessa se somos homossexuais, heterossexuais, negros, brancos, etc., etc. O que interessa ao sistema é a nossa capacidade de produção, a nossa mão-de-obra, e como explorar essa mão-de-obra com o máximo de lucro. O único privilégio na (e aos olhos da) sociedade capitalista é o de não trabalhar e de viver à conta de outrém. Os restantes são todos explorados.
Por fim, a Nova Esquerda tem de se aperceber de que o trabalhador é o elo mais forte da luta, devido à sua capacidade, de, através da greve, parar completamente o sistema. Os burgueses não conseguem lucro se nós não trabalharmos.
Se a Nova e a "Velha" Esquerda se unissem, não haveria como parar os interesses dos trabalhadores, porque, se há algo que todos (ou quase todos) na esquerda têm em comum, é serem membros da classe mais baixa, e terem que vender o fruto do seu trabalho.
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