terça-feira, 4 de abril de 2017

Politiquices - Aeroporto Quê?!?! (e outras infraestruturas)

   Após um hiatus feito para realizar o resto dos objetos de avaliação, esta rubrica regressa para analisar no contexto português a nomenclatura de infraestruturas devido a polémicas relacionadas com o novo nome do aeroporto da Madeira.

Nomenclaturas ao longo dos anos

    Em Portugal, a regra geral é atribuir nomes a infraestruturas com o intuito de homenagear alguma figura importante para a nossa história enquanto sociedade. Temos como exemplo o Viaduto Duarte Pacheco que conecta a Serra de Monsanto a Lisboa, homenageando uma figura importante que contribuiu para o planeamento organizado da cidade de Lisboa; e, dentro da localidade de Alcochete, o miradouro Amália Rodrigues, que homenageia uma das mais importantes figuras na história de Portugal no campo da música.

Promoção não afiliada ao município de Alcochete, mas agradecia o pagamento em notas.

    Ora bem, isto tudo é muito bonito e tal, mas às vezes nós portugueses temos um dom especial para a ironia. 
    Exemplo disso, é o Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Porquê? Pois bem, como se deve recordar o leitor, o antigo primeiro-ministro e fundador do Partido Social Democrata, Francisco Sá Carneiro, em dezembro de 1980 faleceu numa viagem de avião de Lisboa ao Porto. Portanto, na sua situação, pense como se sentiria o leitor se lhe fosse possível saber que foi dado o seu nome a um aeroporto, ainda por cima àquele a que se dirigia. É uma figura de estilo tramada, a ironia.

Pobre Francisco, a sofrer de figuras de estilo após a morte.
    Então, depois desta sucinta análise, avancemos para o que interessa.

O problema levantado com a alteração do nome do aeroporto

    A alteração do nome do aeroporto do Funchal não foi de todo consensual.

     Quem se opunha lembrava a influência de Cristiano Ronaldo no arquipélago, já tendo previamente uma estátua, uma praça e um hotel com o seu nome. Para além disso, reforçavam o facto da sua imagem já estar por demais divulgada e ligada à ilha do Funchal, para além de já pertencer ao governo regional muito antes de ele ter nascido. Portanto, reforçam o facto de ser uma vedeta, de ainda ter muita vida pela frente e poder vir a sujar o nome da Madeira.

Penso que o colega Paulo Futre tenha fornecido algumas substâncias dos seus anúncios à estátua... O rapaz só arranja escultores estranhos.

     No entanto, eu, enquanto escritor amador e cidadão português acima de tudo, concordo com a alteração feita, na medida em que o rapaz já tem tanta fama, a imagem dele já está tão divulgada, que dar o nome dele a um aeroporto é só aproveitar esse reconhecimento positivo para mobilizar mais turistas internacionais e tornar mais movimentada esta infraestrutura. O homem é um herói na sua profissão, mesmo que esta não lhe dê prestígio literário, não contribua para a saúde dos portugueses e até não o torne mais importante do que outras figuras da história de Portugal. AGORA, há algo que não pode ficar sem ser mencionado...

RÁPIDO, VOLTEM A DESCER O PANO.

    Apetece-me proferir algum impropério. Mas que raio é isto suposto representar? Isto parece daquelas piadas do dia das mentiras adiantadas que obrigam as pessoas a ver o calendário de propósito outra vez só para ter a certeza. Pelo menos sempre é melhor ter um busto assim do que ser assessor do presidente Marcelo Rebelo de Sousa. É preciso uma formação nos Comandos só para conseguir acompanhar os lugares para onde ele vai num só dia.

O relâmpago da Jamaica não consegue estar em mais lugares ao mesmo tempo do que o nosso presidente Marcelo.

      Já viram quantas vezes é que o homem aparece na televisão nacional? É uma diferença da noite para o dia em relação ao Cavaco. Esse agora está mais entretido a escrever livros sobre dias de semana e a publicá-los nesses mesmos dias. Coerência acima de tudo, assim sim, bem podia ter sido assim quando foi presidente, mas enfim.

Está certo.

     Despeço-me então, esperando regressar com alguma brevidade para divagar sobre a atualidade política que assombra a nossa sociedade.

P.S.: Será que fui o único que pensava que o facto do Mário Centeno ter sido sondado pelo Eurogrupo na procura de um presidente novo era uma mentira de 1 de abril muito elaborada, para no dia a seguir descobrir que era verdade? Afinal, o homem mal consegue falar sem estar na presença do seu tutor legal. Oh well...


"Vê-lá Mário! Hoje é um dia importante, não estragues tudo!" - António Costa, momentos antes de anunciar a venda do Novo Banco

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